quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Participei do Construindo um Sonho do SBT - Parte 5 - Gastando o que Não Tínhamos

Oi gente, desculpe a demora em postar sobre isso, mas é difícil para mim reviver essa experiência... Mas vamos lá, bola pra frente e voces precisam saber o que se passa atras das cameras de televisão.
Terminei a parte 4 deste post contando que chegamos ao Hotel Fazenda Green Gold em Itatiba quase meia noite, e fomos muito bem recepcionados por 3 pessoas da equipe que lá trabalhavam e nos esperaram com um jantar muito bonito mas não muito gostoso, muito pesado e muito temperado. O produtor Mello do SBT (o nada gentil) jantou conosco e de sua forma ríspida conversou conosco dizendo que íamos ficar ali, não era para sairmos de jeito nenhum, para nada, o que precisássemos era para pedir para a administração do Hotel, não era para recebermos ligações, nem fazermos nehuma ligação para não ter contato nenhum com quem ficou em nossa cidade. Avisou também que aos finais de semana iam retirar a tv do nosso quarto para que não pudéssemos assistir ao programa. Falou também que nós três teríamos direito a café da manhã, almoço e jantar  e três garrafinhas de água por dia. Nos entregou R$50,00 para cada uma, dizendo que era para necessidades.
Até aí tudo bem, instruções... e foi embora.
O Hotel Fazenda Green Gold é muito bonito, e a noite quando chegamos, não dava para ver direito os detalhes, estávamos cansadas, estressadas, eu me sentia muito mal, parecia que eu não queria estar ali, que estava arrependida, eu surtei! começei a chorar, e não tinha mais para onde voltar, e sensação é horrível!
Na primeira noite nos deixaram num quarto bem pequenininho, nós 5 (não se esqueçam que Graças a Deus levamos os 2 cachorros), o quarto era numa subida, longe do restaurante e da área de lazer, muito quente, o ar condicionado não funcionava direito, soltava um cheiro de bolor insuportável, um banheirinho minusculo com cortininha de plástico, e muitos pernilongos....
a primeira noite ninguém dormiu, só os cachorros.
O 1º dia fomos apresentados a equipe do Hotel Fazenda, uma equipe de apenas 10 pessoas, e eles nos acolheram muito bem, foram muito atenciosos, acabamos ficando amigos.
Eram apenas 10 funcionários e nós os únicos hóspedes... Sabem porque? O Hotel Fazenda estava falindo... todo abandonado, tudo era muito precário, móveis extremamente velhos, na área de lazer havia mesa de pingue pongue, mas não havia raquetes, tinha sinuca mas não tinha tacos, a piscina era a única coisa que funcionava, mas nem chegamos perto dela nos 19 dias que ficamos lá, ninguém sabia nadar e temos medo, perdi um tio afogado...
Minha avó passou mal no 1º dia pois não aguentava o calor e se deslocar do quarto até o restaurante era muito sofrido para ela (portadora de necessidades especiais e com capacidade respiratória de apenas 20%). Foi então que a Administradora do Hotel, Dona Zilma, nos transferiu de quarto, que benção!!! um quarto melhor, mais fresco, com ventiladores no teto e bem pertinho do restaurante. Nesse quarto tinha guarda roupa embutido, com as portas quebradas, mas deu para arrumarmos nossas coisas, ao invés de deixá-las nas malas como no quarto de cima, tinha também uma espécie de varanda e um saguão onde podíamos soltar os cães um pouquinho, eles ficavam conosco o tempo todo, pois não foram acostumados soltos, era o tempo todo na guia com a gente ou presos dentro do quarto. Nossos cachorros são educados nunca fazem as necessidades dentro de casa ou do quarto, eles esperavam sair para fazer o que precisavam.
Tinha também um frigobar, mas a tv não funcionava... só chuvisco... nenhum canal pagava.
Minha avó gostava muito de ficar na varanda na parte da frente rezando, eu e minha mãe passeávamos com os cães a todo momento pois não tinha o que se fazer lá, os cachorros acabaram sendo nossa distração. Quando chovia, tinham várias goteiras em nosso quarto, mas panos de chão era suficientes para conter a água. 
Fizemos questão de cuidar da limpeza e higiene de nosso quarto, isso nos ocupava o tempo e não ficavamos constrangidas, afinal de contas, os cachorros dormiam conosco no quarto. Nossa roupa e roupa de cama também era por nossa conta, ficamos tão amigas dos funcionários que tínhamos livre acesso a precária lavanderia do Hotel, usávamos as máquinas, passávamos as roupas e assim fizemos. A janela que dava para a lateral da varanda facilitou muito nossa vida, era só pular a janela e não tínhamos que "driblar" os cães para sair e entrar pela porta, tudo era passado pela janela, rsrsrssr.
Um caloooorrrr que voces não fazem idéia! apenas 1 garrafinha de água para cada uma de nós era muito pouco.
A nossa alimentação ficou por conta da minha mãe e seu maravilhoso cartão de crédito... Guardamos o dinheiro que recebemos para uma emergência. Pois é... não tinha o que comer por lá... A comida era pouca, isso quando não estragada... 
Teve uma noite em que Wellington, o garçon, cozinheiro, jardineiro, e faz tudo, pois lá todos faziam de tudo, foi pescar um peixe no lago do Hotel para fazer de mistura para nós pois eles não tinham o que servir...
Uma das comidas estragadas fez um mal imenso a minha avó que teve uma desinteria e emagreceu uns 2 kilos em 2 dias... Eu estava em plena dieta alimentar rígida para sarar de uma hérnia de hiato, esofagite de refluxo e pangastrite, não podia comer nada com gordura, nada ácido, e lá o pouco que era servido fora a batata frita de todos os dias era muito apimentado, muito gorduroso...
Como estávamos com fome e com necessidade de algumas coisas, minha mãe pediu para Dona Zilma Administradora que a levasse no super mercado. E lá fomos nós três para as compras, minha vó não quis ir, ficou com medo que alguém do SBT fosse lá e não encontrasse a gente.
No super mercado compramos pão sovado, bisnaguinhas, danones e danoninhos,  bolachas, sucos de saquinho, requeijão, leite em pó, nescau, queijo branco, yacult, revistas, palavras cruzadas, salgadinhos e mais algumas coisas que eu não me recordo, só sei que a compra ficou em R$360,00.
Voltamos abastecidas, agora sim tínhamos o que comer e o que fazer, ler, preencher palavras cruzadas.
No primeiro final de semana no Hotel recebemos um presente, conhecemos as 3 netas de Dona Zilma, as crianças alegraram nossas vidas, meninas lindas e educadas, meigas e muito companheiras, a Monique (Mô), a Eduarda (Duda) e a Katiucia (Fu), elas não tinham aparecido antes pois durante a semana iam para escola, mas nos 3 finais de semana que passamos lá elas foram nossas companheiras.
Ah! o SBT? ninguém aparecia lá, era raro uma ligação, só os motoristas que iam buscar minha avó para levá-la até São Paulo para ir ao dentista e trazê-la de volta. As vezes eu ia de acompanhante, as vezes ia minha mãe, era cansativo, horas de viagem, e muitas horas sem comer nada...
A dona do Hotel Fazenda era uma mulher muito mal educada, achava que estava fazendo um favor para nós e nem nos cumprimentava, muito arrogante.
Fizemos outra amizade lá, conhecemos um Oficial de Justiça que pela menos 1 vez por semana ia lá... Mas coitado sempre perdia a viagem ele nunca conseguia falar com dona do Hotel, ela nunca estava... não sei porque...
Os funcionários nos contaram que tudo no hotel estava penhorado, e que pelo andar da carroagem não ia demorar muito a fechar as portas...
Não era a toa, se não fosse minha mãe brigar, íamos dormir sózinhas naquele breu, no meio do mato e do nada sem ninguém! Não tinha vigia, não tinha recepcionista noturno, não tinha absolutamente ninguém, e se precisássemos de alguma coisa? minha avó cardíaca, hiper-tensa, com apenas 20% da capacidade respiratória, naquele calor, se acontecesse alguma emergencia o que faríamos? Sem telefone, sem alguém para chamar? Minha mãe disse que se não ficasse alguém conosco nós íamos embora! Dái que o Alex, porteiro, passou a dormir no apartamento ao lado do nosso todas as noites.
Se não fosse isso estaríamos ao Deus dará....
São muitos detalhes e para não ficar cansativo, conto mais no próximo e prometo ser breve dessa vez!
Abraços.

Um comentário:

  1. Obrigada pela visita, querida!
    Como assim tudo isso!??!?!
    Estou pasma!!

    Já estou te seguindo e linkando ... acompanhando suas histórias!
    Um beijo,
    Ana Paula
    [Quase esposa, sempre nerd]
    www.anoivanerd.blogspot.com

    ResponderExcluir